Por Território1 | Setembro de 2025O governo da Bahia e a Associação das Baianas de Acarajé, Mingau, receptivo e similares (ABAM) lançaram em parceria com a prefeitura de Camaçari o curso de capacitação turística para mais de 300 baianas de acarajé. A iniciativa integra a estratégia Turismo 4.0, criada pelo secretário estadual de Turismo, Maurício Bacelar, que une tradição, inovação, sustentabilidade e inclusão social para fortalecer a Bahia como destino turístico global.
Tradição, resistência e identidade
As baianas de acarajé e mingau, são reconhecidas como patrimônio cultural imaterial do Brasil e símbolo da identidade baiana. Sua história remonta às mulheres africanas escravizadas que, com a venda do acarajé, conseguiram sustentar suas famílias, conquistar a alforria e libertar irmãos.
O secretário Maurício Bacelar destacou esse legado:
“Essa profissão começou lá atrás, trazida para o nosso país pelas mulheres africanas. Foram as primeiras empreendedoras da Bahia, que atravessaram séculos com sua atividade. O acarajé é, até hoje, a maior referência da nossa gastronomia e da nossa identidade cultural.”
O que o curso oferece?
A capacitação em Camaçari busca qualificar e requalificar as baianas para um mercado cada vez mais competitivo, sem perder a tradição.
Entre os temas estão:
Qualidade no atendimento e boas práticas sanitárias;
Marketing digital e empreendedorismo feminino;
Combate ao racismo e à violência contra a mulher;
Sustentabilidade e consumo responsável;
Indumentária da baiana e sua conexão cultural;
Oficinas práticas de culinária, maquiagem e apresentação dos tabuleiros
Turismo 4.0: inovação com raízes
Para Maurício Bacelar, “As baianas de acarajé são reconhecidas como agentes turísticos e embaixadoras da cultura baiana, promovendo a Bahia no Brasil e no mundo. Em eventos internacionais, o preparo do acarajé atrai multidões, tornando-se a principal referência gastronômica e cultural do estado. Segundo Maurício Bacelar, o trabalho das baianas mantém a Bahia na liderança do turismo brasileiro, já que a imagem da baiana é símbolo mundial da tradição e da economia baiana.”
Rita Santos, coordenadora nacional da AMAM, destacou que Camaçari é a cidade fora de Salvador que mais tem baianas no estado, e que o curso salvaguardará o ofício que já existe há mais de 300 anos.
Já o prefeito Caetano, parabenizou o trabalho que Maurício Bacelar está desenvolvendo junto com o governador Jerônimo, colocando o turismo da Bahia como destaque internacional, e reconheceu a importância desta qualificação trazida pela SETUR-BA para as baianas do município.
Por fim, o secretário estadual de turismo Maurício Bacelar, ainda lembrou que “o aprendizado é contínuo e deve ser coletivo:
“Vocês já têm o axé, a simpatia e o saber ancestral. Agora, com apoio do prefeito Caetano, é hora de aprender também novas técnicas, novas formas de gestão e qualificação. Assim, vocês estarão cada vez mais preparadas para o futuro.”
Conclusão
A capacitação das baianas de acarajé em Camaçari é um marco que une tradição e inovação. Mais do que um curso, é uma ação de fortalecimento da identidade cultural baiana, de valorização do empreendedorismo feminino e de consolidação do Turismo 4.0 como modelo sustentável e inclusivo.
As baianas, símbolos vivos da Bahia, seguem reafirmando que o acarajé é resistência, cultura, economia e futuro — um patrimônio que conecta a Bahia ao mundo, por isso esta capacitação ainda será oferecida em outros municípios da Bahia, como em Alagoinhas.
