Por Território1.
Porquê uma cidade que tem como filho o “caboclo tupinambá Joaquim Eusébio de Santa Anna – capitão-mor das tropas de Vilas de Abrantes, um dos heróis que consolidou a independência do Brasil na Bahia, ainda tem um colégio em tempo integral que homenageia um eugenista?

O professor Diego Copque apresentou seu projeto de ensino da história local em encontros com o secretário de Educação, Márcio Neves, e Cultura, Elci Freitas. A proposta busca valorizar a memória e história de Camaçari, esquecida após a chegada do Polo petroquímico.
Segundo Copque, “é essencial cumprir a Lei Municipal nº 1.600/2019, que torna obrigatório o ensino da história local nas escolas públicas e privadas”, além de se trabalhar a história e a biografia de personalidades históricas do município em sala de aula de forma lúdica, com recursos tecnológicos e pesquisas recentes, para que os estudantes reconheçam suas raízes e o papel dos ancestrais nas lutas da Independência do Brasil na Bahia.

Copque quer resgatar os topônimos indígenas presentes em Camaçari e de matriz afro-brasileira, pilares da formação identitária do município, e um ponto central é a equivocada homenagem ao médico Gonçalo Moniz Sodré de Aragão, catedrático da Faculdade de Medicina da Bahia e patrono da Academia de Medicina da Bahia, mas que foi adepto da eugenia, teoria racista que defendia o embranquecimento da população brasileira, conforme dissertação de Lucas Nogueira (UFBA), que analisou a eugenia na Bahia entre 1918 e 1935.
Conclusão
Como escreveu Edmund Burke:
“As pessoas não serão capazes de olhar para a posteridade se não tiverem em consideração a experiência dos seus antepassados”, assim, faz-se necessário olhar para o futuro com base no passado.
Em tempos de polarização, que tal o legislativo se unir para responder a pergunta, ou alguém lá advoga a eugenia?
Sobre Diego de Jesus Copque, é professor, historiador, pesquisador da história da Bahia, e autor de três livros –dentre eles, “A presença do Recôncavo Norte da Bahia na consolidação da Independência do Brasil”
Respostas de 3
São formas de resgatar e reconhecer quem tanto lutou por nossa Camaçari.
Excelente iniciativa professor Diego Copque!
Precisamos fazer a correção histórica que cabe a esse período em que Abrantes teve personagens memoráveis na cena social e política da garantia do território.
Nos deixa orgulhosos, saber que há tal alento diante ao nosso passado ainda não reconhecido por todos.
Eu concordo plenamente com o professor nossas histórias não são mais as mesmas nas escolas não se fala mais nos antigos patronos que deu nome a nossa cidade de Camaçari eu filha da cidade,fico feliz em saber que nossas histórias iriam ser reconhecidas.