Continua orando. Última mensagem do policial do Bope no RJ

Continua orando. Última mensagem do policial do Bope no RJ Por Redação Território1 | Rio de Janeiro — 29 de outubro de 2025

A frase “Continua orando” foi a última mensagem enviada pelo sargento do Bope Herbert Carvalho da Fonseca, 39 anos, à esposa Jessica Michele, minutos antes de ser morto durante a megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro.
Mais do que uma despedida, a frase resume a vida de um homem movido pela fé, pela família e pelo compromisso com o dever.


Infância e vocação


Nascido e criado no Rio de Janeiro, Herbert cresceu em uma família simples, cercado de valores cristãos e de um forte senso de responsabilidade. Desde jovem, demonstrava vocação para servir e proteger. Amigos de infância relatam que ele sempre falava em “fazer a diferença” e “ajudar quem mais precisa”.


A escolha pela farda foi natural: um chamado que ele atendeu com disciplina e coragem.
17 anos de serviço e devoção à missão


Herbert ingressou na Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro aos 22 anos e, ao longo de 17 anos de carreira, passou por diversos batalhões até chegar ao Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) — a tropa de elite da PM.
Colegas descrevem-no como um homem de fé inabalável, que nunca saía para uma missão sem antes fazer uma oração.
“Ele acreditava que o trabalho do policial era mais do que cumprir ordens — era um ato de amor ao próximo”, contou um colega de tropa.
Herbert participou de dezenas de operações em áreas de risco, sempre mantendo o equilíbrio entre a rigidez da função e a sensibilidade de quem sabia o valor da vida.
Jessica e Sofia: o amor e a razão
Casado com Jessica Michele, sua companheira de fé e caminhada, Herbert era pai de Sofia, uma menina que, segundo ele, “iluminava os dias mais difíceis”.
Nas redes sociais, o policial compartilhava fotos da família, viagens simples e mensagens de gratidão. Jessica era sua base espiritual — a mulher com quem dividia medos, sonhos e orações antes de cada operação.
Em uma das últimas conversas, Jessica escreveu:
“Você está bem? Deus está te cobrindo. Estou orando.”
A resposta dele — “Estou bem. Continua orando” — seria a última.

Sonhos interrompidos


Herbert sonhava em deixar o Bope nos próximos anos e se dedicar mais à família. Queria abrir um pequeno negócio com a esposa, investir nos estudos da filha e, principalmente, “ver Sofia crescer longe da violência que ele enfrentava todos os dias”.
Planejava mudar-se para o interior do estado, onde, segundo amigos, “poderia viver em paz e cuidar da família com mais tempo e tranquilidade”.
Mas o destino interrompeu seus planos na manhã de 28 de outubro de 2025, durante uma das operações mais letais da história do Rio de Janeiro — que deixou mais de 120 mortos entre civis, policiais e suspeitos.


Legado de fé e coragem


Herbert deixou muito mais do que lembranças: deixou um exemplo.
Para os colegas, era “um irmão de farda”; para os amigos, “um homem de palavra”; para a família, “um herói de fé”.
Sua frase final, “Continua orando”, passou a simbolizar não apenas a despedida de um marido e pai, mas a voz de milhares de policiais que enfrentam o perigo todos os dias movidos pela crença de que a fé é o último escudo diante do caos.
Herbert Carvalho da Fonseca — em memória
Nascimento: 1986, Rio de Janeiro (RJ)

Profissão: Sargento da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (Bope)

Tempo de serviço: 17 anos

Família: Esposa Jessica Michele; filha Sofia

Valores: Fé, coragem, disciplina, amor à família e ao dever

Última mensagem: “Estou bem. Continua orando.”

Reflexão editorial
“Continua orando.”
Com essa mensagem curta, enviada à esposa pouco antes de morrer em operação no Rio de Janeiro, o sargento do Bope Herbert Carvalho da Fonseca, 39 anos, resumiu o espírito que guiou toda a sua vida: fé, coragem e amor à família.
A história de Herbert é a lembrança de que por trás de cada uniforme existe um coração humano, que sente medo, amor e esperança.
No meio da dor, a fé foi sua bússola.
E sua última mensagem ecoa agora como um apelo coletivo:
“Continua orando pelo Brasil, pelos que protegem e pelos que esperam voltar para casa.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *