O livro “Sociedade do Cansaço”, do filósofo Byung-Chul Han, é uma reflexão profunda sobre os desafios do mundo moderno, especialmente sobre como vivemos hoje num ritmo acelerado, que muitas vezes nos esgota física e mentalmente.

O que o livro nos diz?

Han explica que, ao contrário das sociedades antigas, onde o problema principal era a “proibição” e a disciplina imposta por autoridades externas (como o medo do castigo), na sociedade atual o grande inimigo é o excesso de positividade. Estamos sempre estimulados a produzir mais, ser melhores, fazer tudo rápido, ser multitarefa. Essa pressão interna — que ele chama de “sociedade do desempenho” — nos deixa cansados, ansiosos e sobrecarregados.

Por que isso importa para a saúde?

Esse estado constante de “ligação total” e cobrança sem descanso prejudica nossa saúde física e mental. Faltam pausas verdadeiras, momentos para o corpo e a mente se recuperarem. O descanso, segundo Han, não é luxo nem preguiça, mas uma necessidade fundamental para o equilíbrio do ser humano.

Como isso se relaciona com o envelhecimento e doenças como o Alzheimer?

Quando o corpo e a mente estão em constante estresse, as funções cognitivas podem ser comprometidas. O descanso adequado ajuda a consolidar memórias, reduzir o estresse oxidativo no cérebro e fortalecer a capacidade de recuperação. Ou seja, cuidar do descanso é cuidar do cérebro e da longevidade.

O que podemos aprender?

• Desacelerar faz bem para a saúde mental e física.

• O descanso não é um sinal de fraqueza, mas uma estratégia para ser mais produtivo e feliz.

• Espaços e momentos para relaxar, contemplar e estar com a família são essenciais.

• Precisamos repensar nossa rotina para incluir pausas que realmente renovem nossas energias.

Em resumo

A “Sociedade do Cansaço” nos convida a refletir sobre o ritmo da vida moderna e a importância de valorizar o descanso, algo fundamental para a saúde, a prevenção de doenças e para uma vida mais longa e com qualidade.

Estilo de vida adventista: o que a ciência diz

O estilo de vida dos adventistas é há décadas objeto de estudos científicos. Em Loma Linda, nos EUA, eles são os protagonistas da única Blue Zone do Ocidente. No Brasil, a comunidade adventista também apresenta dados de saúde notáveis.

Dieta vegetariana ou vegana, jejum ocasional, valorização do descanso semanal (o sábado), prática de exercícios ao ar livre e forte envolvimento social e espiritual são elementos que favorecem a longevidade.

O Estudo ADVENTO mostrou que esse estilo de vida reduz o risco de doenças cardiovasculares e neurodegenerativas, reforçando a ideia de que a longevidade está nos hábitos, não nos genes.

📝 5. Caminhos para Camaçari virar uma cidade de longevos

Para Camaçari se transformar em uma cidade longeva, não basta falar em saúde – é preciso agir. Aqui estão algumas propostas práticas inspiradas nas Blue Zones:

• Criar circuitos turísticos de bem-estar nas praias de Arembepe, Jauá e Guarajuba.

• Ampliar programas de mobilidade ativa: ciclovias, caminhadas e transporte coletivo sustentável.

• Promover alimentação saudável nas escolas e nos postos de saúde.

• Estimular comunidades locais, clubes, igrejas e centros de voluntariado.

• Estabelecer parcerias com universidades, como o CIMATEC, para promover pesquisa e inovação em saúde urbana.

Camaçari pode – e deve – ser exemplo de transformação. E você, já pensou em viver 100 anos com saúde?